A última vez

Eu não me despedi de você, ou melhor, não te disse que não tenho mais forças para lutar. Hoje foi a última vez que tive esperança de te conquistar. Só hoje ainda desejei olhar seus olhos castanhos e suspirei ao lembrar do som da sua risada. Hoje eu queria te ouvir me pedindo uma bolacha e não um biscoito. Até queria te ouvir reclamar que está com sono e que odeia que bagunce seu cabelo. Não sei lidar bem com fins. 
Não, não acabou nossa relação, que nem ao menos começou direito. O que acabou foram minhas chances e tentativas, acabou a vontade de lutar por você. Tenho a sensação de que o mundo não vai amanhecer amanhã, mas é pura quimera. Vou chorar mais umas três madrugadas, porém em quatro dias vai estar tudo bem. No pensamento, você ainda será uma lembrança. Ou melhor, parte do meu dia-a-dia. Aliás, te encarar será um constante exercício de auto-controle. 
Você tinha que perde esse dom de fazer as pessoas se apaixonarem, sem nem ao menos, abrir a boca. E hoje, como sempre, desejo realmente que encontre alguém que se esforçará ao máximo para te fazer feliz. Que mesmo que você queira fugir, como é de costume, ele te dê todos os motivos para ficar. Eu vou sentir falta das nossas conversas e de te chamar no WhatsApp, com uma desculpa qualquer, mas não posso lidar com isso intacto. 
Hoje, é a última vez, que eu assisto uma comédia romântica desejando você ao meu lado. Hoje o Tiago Iorc vai ser excluído da playlist. Porque, simplesmente é assim, o sentimento não é uma opção. Ou o olho brilha ou não. Ou o frio na barriga acontece ou não. Ou os dois querem ou não. É normal. Eu acho. Anormal seria levar isso até ferir ainda mais, quando o outro não quer o mesmo. Mas, com toda sinceridade, sempre desejei que você encontrasse alguém para amar e que te ame. E hoje, eu soube, que você encontrou. E espero que seja bem feliz. Por isso, é a última vez. Vou te amar, só mais hoje. É a última vez que te escrevo, que fico com lágrimas nos olhos, ao dizer teu nome. Não vou mais desejar um cafuné, um carinho, um abraço repentino e você do lado, comendo brigadeiro de panela. Acabou a ilusão que criei chamada: você. O meu eu, sem você, renasce hoje. 

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